Quando jovem subia no elevador da Glória e ficava sempre fascinado com a travessa do Fala-Só. Perdida no tempo, entalada entre o miradouro e os carris de ferro, parecia um lugar de outro mundo, uma dimensão paralela, talvez pelo seu isolamento, talvez por ser um lugar ali tão perto, que todos conheciam e onde ninguém ia, tal e qual uma mulher gorda e feia. Sentia no fundo da minha alma que ali era o meu sítio, a minha morada, mas nunca pisei a sua calçada ou senti o calor do seu sol nas paredes caiadas.
Como em tantas outras coisas na vida; coisas que sonhamos mas protelamos, lá está a minha travessa do Fala-Só me esperando. Era o seu nome que me atraia, era uma imagem minha no espelho da criança sonhadora e introvertida, uma criança que vivia também num mundo paralelo, em outra realidade, uma criança – hoje um adulto – que falava sozinha com os seus personagens imaginários.
Como em tantas outras coisas na vida; coisas que sonhamos mas protelamos, lá está a minha travessa do Fala-Só me esperando. Era o seu nome que me atraia, era uma imagem minha no espelho da criança sonhadora e introvertida, uma criança que vivia também num mundo paralelo, em outra realidade, uma criança – hoje um adulto – que falava sozinha com os seus personagens imaginários.
Sem comentários:
Enviar um comentário